E Não Sobrou Nenhum

FICHA TÉCNICA

Autora: Agatha Christie

Gênero: Romance Policial

Editor original: Collins Crime Club

Ano de publicação: 6 de novembro de 1939

Editora brasileira: Globo Livros

Edição: Capa Comum

Tradução brasileira: Renato Marques de Oliveira

Publicação brasileira: 12 de julho de 2014

Número de páginas: 400

Sinopse:

Quando falamos de Agatha Christie, a primeira coisa que surge na cabeça da maioria é E Não Sobrou Nenhum (anteriormente publicado como O Caso dos Dez Negrinhos). Esta é, de longe, uma das obras mais populares e influentes da autora, atualmente servindo como referência a jogos, séries, outros livros, ou seja, passou a ser mais uma obra fundamental da cultura pop. Este foi o primeiro livro de Dame Agatha que li e, ao lado de Morte no Nilo, segue como meu favorito até o presente momento. Entretanto, devo confessar que conheci a obra através de outra mídia. Não através da minissérie da BBC ou do jogo homônimo para PC, mas de uma sound novel (uma espécie de jogo virtual onde o principal foco são a narrativa e os sons que criarão a atmosfera perfeita) chamada Umineko no Naku Koro ni, ou como conhecida no ocidente, Umineko: When They Cry. Apesar de também gostar imensamente da história da Bruxa Dourada, que foi baseada no livro em questão, não vou entrar em detalhes no momento (quem sabe em outra postagem?).

E Não Sobrou Nenhum foca em dez protagonistas, aparentemente sem ligação com com os outros (exceto pelo casal de domésticos da mansão), onde os oito restantes foram convidados através de cartas a visitar a Ilha do Soldado, lugar que, segundo boatos, teria sido comprada por uma personalidade realmente rica, mas que ninguém sabia ao certo de quem se tratava. As cartas, escritas personalizadas para cada um, traziam motivos diferentes para que Ulick Norman Owen requisitasse sua presença.

Após aprontarem-se e tomarem um barco até a ilha, aguardaram indiretamente a chegada de seu anfitrião, que tardava cada vez mais a chegar, porém, ele não chegou a tempo para o jantar. Conforme desejado por Owen, Thomas e Ethel, o casal a cuidar da mansão, reproduziram uma gravação que estava preparada para o gramofone durante o jantar. Para o espanto de todos, ao começar a soar a gravação pela sala de jantar, a voz a sair do aparelho começava a relatar o passado de todos presentes, fazendo-os questionar quem seria Ulick Norman Owen, e como ele sabia sobre tudo aquilo. Assim que um de seus companheiros é dado como morto algum tempo após a gravação, começa uma corrida contra o tempo para desvendar qual o real motivo de suas presenças, assim como a forma de impedir que o poema dos dez soldadinhos se torne realidade.

Opinião:

E Não Sobrou Nenhum é, sem dúvidas, um marco na história da ficção policial. A ousadia para usar um simples poema infantil como base para uma série de assassinatos brutais é algo que poucos teriam, e a quantidade de escritores a realmente conseguir orquestrar um enredo sobre tal tema é ainda inferior. Tamanho é o impacto deste livro sobre a arte como um todo que continua a receber referências diretas ou indiretas até os dias atuais. Muitos vilões encontram inspiração em Owen, assim como muitos autores inspiram-se em Agatha. Ao longo dos capítulos, nossas suspeitas saltam de um suspeito ao outro e, ainda assim, a aparição do vilão ainda consegue surpreender-nos e nos fazer pensar nos detalhes que deixamos passar despercebidos.

Notas:

Trama: ★★★★★ (5)

Infelizmente, corro o risco de ser redundante, mas a trama é impecável. Assassinatos improváveis e vítimas que menos esperaríamos, tudo isto no bom sentido, é claro. Enigmas que nos fazem pensar, pensar, e ainda não consegui-los decifrá-los por completo.

Personagens: ★★★★★ (5)

Os personagens deste livro conseguem ser bem realistas ao público. Não são como os heróis destemidos ou pobres indefesos costumeiros da ficção. Eles possuem reações naturais e suas personalidades são construídas de forma firme do início ao fim. Eles desesperam-se e apoiam-se uns ao outros, mas sem deixar de lado a suspeita e a razão.

Desenvolvimento: ★★★★★ (5)

Conseguimos ver certos personagens conseguirem mais confiança ao longo dos capítulos, assim como vemos alguns entregarem-se ao desespero. Vemos alguns formando alianças enquanto outros não conseguem abandonar a desconfiança. O poema central serve para criar uma atmosfera ainda mais pavorosa e uma grande sensação de expectativa e ansiedade, tanto nos personagens quanto nos leitores.

Conclusão: ★★★★★ (5)

Eu esperava muita coisa, mas realmente não estava esperando aquela conclusão nos capítulos finais. Os acontecimentos do último ato me pegaram de surpresa e, apesar de chegar a este ponto na leitura "tarde da noite", não pude evitar continuar a leitura. Os capítulos finais sabem como fechar o romance com chave de ouro.

Nota final: ★★★★★ (5)

Apesar de ser a opinião de um fã do livro, acho que você deveria dar uma chance a E Não Sobrou Nenhum, se possível. Em uma narrativa relativamente curta, o elenco consegue transbordar suspense, terror psicológico e suspeitas, e ainda não perder boas cenas mais humoradas e leves, também.

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